Definições, princípios básicos e limites operacionais do equipamento

Pequena embarcação utilizada para fins de lazer, competições desportivas, salvamento, etc. podem ser de 2 ou 4 tempos e atingem velocidades acima de 100 km, tem capacidade para conduzir 1, 2 ou 3 pessoas conforme o modelo.

Equipamento de alta performance que usa um motor interno e mecanismo a jato para criar uma poderosa corrente de água. Nesse mecanismo, um impulsor empurra uma grande quantidade de água de baixo (grade de entrada) da moto aquática através de um bocal de direção na parte traseira. O impulsor é um dispositivo rotor que fica que fica dentro de uma passagem cilíndrica no corpo da moto aquática. O motor gira o impulsor por meio do eixo de transmissão. As lâminas curvas do impulsor giram rapidamente, forçando a água pela passagem e através do bocal. Ao mudar a direção da moto, cabos conectados a direção (guidão) rodam o bocal na parte traseira para a direita ou esquerda. Os jatos propulsores empurram a traseira conforme a direção desejada, assim sendo só é possível virar quando há aceleração. Um pequeno gatilho na direção controla o acelerador permitindo que o operador dispare em segundos, A ignição é similar a um motor de carro que envia um sinal para um motor de partida elétrica girando a máquina. As motos aquáticas possuem um “cordão” ou “cordinha” de desligamento que se liga ao colete salva-vidas do operador, na outra extremidade há um pino ou chave encaixada próximo a ignição, o motor não funciona sem esse pino no lugar certo e caso o operador caia, a cordinha arranca o pino e a moto para de funcionar.

          Hoje, o mercado de motos aquáticas, dispõe de modelos equipados com importantes dispositivos extras de segurança, sendo que os mais modernos possuem um sistema de freios que reduz consideravelmente o tempo e a distância percorrida de parada, minimizando os riscos para o piloto, passageiros e banhistas, além de facilitar as manobras, não sendo descartada a conduta de segurança.

Técnicas de Pilotagem

          O mais importante é começar com prudência e atenção. Pilotar sem atingir grandes velocidades, conhecer os limites operacionais do equipamento, familiarizar-se com os comandos e com o local onde está pilotando, aprender a fazer as curvas e desacelerar. Desacelerar é um item muito importante na prática com a moto aquática, ela não possui freios e esse procedimento acaba sendo usado para essa finalidade. O acelerador é tão importante para a mudança de direção quanto para a aceleração. Sem a água do bocal de direção ele não consegue virar e é perigoso diminuir a velocidade instintivamente. Caso isso ocorra, ele flutuará em linha reta até que o atrito com a água ou um obstáculo o faça parar. Mantenha o cordão de segurança (desligamento) preso ao colete, pulso ou a qualquer parte do condutor.

          Pilote dentro dos seus limites, evite manobras agressivas; seu equipamento é instável, atinge altas velocidades sem restrições e está a mercê da sua capacidade de controle e equilíbrio. Não siga de perto outras motos ou embarcações. A moto aquática é um equipamento de alta performance e não um brinquedo.

          As manobras mais conhecidas no mundo da moto aquática são chamadas manobras de base (submarino- 180º ou “cavalo de pau”, 360º ou chafariz), todas para modelos de moto aquática em pé e executadas por pessoas treinadas e que participam de competições. Há ainda o sete em pé e andar de joelhos. Se for arriscar uma delas saiba o que está fazendo.

RECOMENDAÇÕES GERAIS:

 - Curvas e manobras de “zig zag” : Evite as curvas fechadas e controle seu espaço em torno de 30 a 50 metros de outras embarcações, mantenha-as no visual e mantenha-se visível; se manobrar em “zig zag” ou  combinar várias manobras, faça-o de maneira que as pessoas possam desviar ou entender o que você pretende.

- Pular na Esteira: Não pule marolas de barcos ou ondas. Esse tipo de manobra aumenta o risco de lesões severas na coluna (paralisia), lesões faciais, fraturas nas pernas, nos tornozelos ou outras partes do corpo além de causar transtornos e risco a outros navegantes. Se tiver que pular uma esteira, diminua a velocidade e aproe a ela, mantendo a distância de outras embarcações.

- Não desacelere para desviar de objetos, a melhor forma para desviar é acelerar, de forma que o propulsor empurre a moto para outra direção. Excetuando-se a alguns modelos específicos, moto aquáticas não possuem freios.

- Além de coletes salva-vidas classe “V” homologados pela Marinha do Brasil, use roupas protetoras (neoprene), calçados, luvas, óculos de proteção e capacete.

- Nunca acelere se houver alguém atrás da moto aquática: Desligue o motor ou mantenha-o em marcha lenta, a água e os cascalhos lançados podem causar sérios ferimentos.

-  Mantenha e cuide para que as pessoas fiquem afastadas da grade de captação da turbina: Cabelos longos, camisetas, tiras do colete salva-vidas ou outros itens podem ser sugados e embaraçar nas partes móveis da turbina (hélices, etc) causando sérios danos ou afogamento.

- Passageiros devem ser conduzidos atrás do condutor para que não haja interferência na condução da moto.

Regras para saída e aproximação segura das praias

Linha base – Linha de arrebentação das ondas ou no caso de lagos e lagoas, onde se inicia o espelho d’água.

Toda aproximação/saída  deve ser feita perpendicular a linha base e com velocidade não superior a 3 (três) nós, preservando a segurança dos banhistas e caso não haja atracadouro, cais ou trapiche que ofereçam plenas condições de segurança identificados para esse fim, a permanência dessas embarcações deverá ser pelo tempo mínimo necessário para o lançamento/recolhimento de embarcações da água ou embarque/desembarque de pessoal ou material. As regras de conduta devem ser observadas por todos e estão acima da sua capacidade de controle, Não há precedentes quando se trata de salvaguarda da vida humana.

Cumprimento das áreas seletivas para navegação

          Identificação e cumprimento no que couber das áreas seletivas em conformidade com o item 0109 da NORMAM 3 e adaptação à realidade do Rio Paraguai, onde é difícil manter-se a 200 metros da linha base, pela configuração do próprio rio e pela ausência de demarcação de limites, enfatizando que em localidades que hajam regras específicas e/ou viabilizem o cumprimento da Lei, esta deverá ser observada na íntegra.

Situações de Emergência

- Falta de manutenção pode causar falhas graves como travamento do gatilho de aceleração ou do bocal de direção bem como falhas no equipamento em picos de velocidade.

          Faça manutenção preventiva e corretiva  na sua moto aquática, essas manutenções devem ser periódicas e detalhadas, verificando sempre: sistema elétrico (motor de arranque e bateria), hidrojato, casco, sistema de direção e aceleração, etc.  Utilize uma concessionária ou mecânico autorizado que acompanhe as evoluções tecnológicas do seu equipamento.

- Cordão de Segurança solto ou preso inadequadamente: Caso o condutor seja lançado o equipamento não desligará e dependendo da velocidade ou proximidade de outras embarcações ou pessoas as colisões podem ser fatais. Certifique-se de que esse procedimento está correto.

- Coletes e roupas protetoras (neoprene): Dependendo da velocidade em que você seja lançado ou caia na água poderá apresentar lesões graves, fraturas que o impossibilitem de se locomover, nadar e dependendo da gravidade,  afogamento e morte.

          Todos os ocupantes devem utilizar coletes salva-vidas (classe V), próprios para essa atividade e aprovados pela Marinha do Brasil; eles devem estar corretamente ajustados ao corpo e permitirão que você flutue até que venha a ajuda. O uso de roupas protetoras  e outros acessórios são recomendados e considerados eficientes nas lesões superficiais e coadjuvantes no que se refere ao agravamento de outras lesões.

Primeiros socorros: Dependendo da gravidade do acidente o condutor ou passageiro pode ter uma parada cardiorrespiratória, apresentar hemorragias ou fraturas, estado de choque e inconsciência.

          Nessas circunstâncias a vítima terá que ser retirada da água para os procedimentos necessários e ainda que ela apresente um quadro grave, caso haja riscos de incêndio ou explosão deve ser removida do local de risco e em seguida atendida. Nesse caso, quem socorre  deve iniciar as medidas emergenciais de primeiros socorros na seguinte ordem:

- avaliar a vítima e a situação para não se tornar uma vítima também,

- manter a pessoa viva até a chegada de socorro especializado, e

- evitar causar outras lesões ou que se agrave as já existentes.

Outros

Antes de navegar:

Inspecionar o casco – verificar se a entrada de água da turbina está limpa – Drenar o fundo do casco e assegurar que os bujões estejam apertados – Verificar o combustível – Verificar o nível de óleo do motor ou se a mistura(2T) está correta – Verificar a operação do sistema de direção e dos jatos laterais – Verificar a operação do sistema de aceleração – Fechar e travar tampas dos compartimentos de carga e assento – Verificar operação do cordão de segurança e do botão de partida do motor – roupas protetoras, calçados, óculos protetor, luvas e capacete (recomendado) - Coletes salva-vidas (obrigatório) – Documento de habilitação em conformidade com a NORMAM 3 (obrigatório)  - Título de Inscrição da embarcação e seguro DPEM (obrigatório).

Pilote defensivamente:

- Mantenha distância segura de pessoas, objetos ou outras embarcações;

- Mantenha-se visível. Em algumas circunstâncias, a moto aquática é difícil de ser avistada;

- Não siga de perto, outras moto aquaticas ou embarcações;

- Lembre-se de fazer manobras de maneira que as pessoas entendam o que você pretende;

- Evite águas com objetos submersos ou rasas (cerca de 60 cm);

- Não se aproxime das pessoas para molhá-las

Advertência: Em conformidade com a NORMAM 3, é obrigatório o uso de placa ou adesivo junto a chave de ignição alertando o usuário quanto a obrigatoriedade do condutor ser habilitado como motonauta (MTA)

Reboque: Só é permitido o reboque feito por moto aquáticas a partir de três lugares e as empregadas no serviço de salvamento da vida humana e em esportes aquáticos do tipo tow-in surf. Naturalmente esses equipamentos recebem alterações nas suas características de potência e estabilidade, bem como a NORMAM 3 preconiza que o condutor deve estar atento as manobras do equipamento; assim sendo vamos considerar que um dos três embarcados seja o rebocado, nesse caso então teremos um segundo tripulante para observar o reboque e o rebocado.